Granta em Língua Portuguesa: Rússia (vol.9)

A história, na Rússia, poderá ser uma forma de reconciliação ou está condenada ao rancor?
A pergunta foi formulada pelo historiador britânico Orlando Figes antes da eclosão da Guerra da Ucrânia, mas segue pertinente meses após o início do conflito – e talvez seja ainda mais urgente.

A escolha da Rússia como tema da nova edição da Granta em Língua Portuguesa, feita ainda em 2021, também precedeu a invasão da Ucrânia pelo exército de Putin, mas agora se mostra certeira. Os livros, afinal, sempre foram uma porta de entrada para essa sociedade tão fascinante e desafiadora. Que chaves a literatura pode nos fornecer para compreender a Rússia em 2022?

Os editores não enxergam uma identificação entre os atos belicosos de Putin e a história e a força cultural do país. “A Rússia não se confunde com os regimes que tem em cada momento, ainda que as tentações imperiais e despóticas venham de longa data. Mas não vamos cancelar a Rússia, ao jeito dos pobres de espírito que interditam os romancistas, compositores e cineastas russos, ou até, quem sabe, as bonecas russas e a salada russa”, escreve Pedro Mexia em seu texto de apresentação.

O editor brasileiro da revista aposta na literatura contemporânea como chave para conhecer a herança cultural russa. “A melhor representação desse legado, e também a prova de que ele continua ativo e em expansão, são duas das maiores escritoras russas vivas, inexplicavelmente pouco conhecidas pelos leitores lusófonos: Tatiana Tolstaya e Ludmila Ulitskaya. Seja no brilhante ensaio sobre o pintor Kazimir Maliévitch da primeira, seja no antológico conto da segunda, fica claro que a Rússia ainda tem muito a nos dar”, completa Gustavo Pacheco em seu texto introdutório.

Os escritos jogam luz sobre o czarismo, a revolução, o stalinismo, o fim da União Soviética, e também sobre as missões espaciais e as vanguardas artísticas. Múltiplos perfis culturais e geracionais se misturam na seleção de autores: Elif Batuman, Camila Chaves, Hélia Correia, Clara Drummond, Reginaldo Pujol Filho, Masha Gessen, Ana Matoso, Pepetela, José Pacheco Pereira, António Pescada, André Sant’Anna, Colin Thubron e Amor Towles. Os ensaios fotográficos são de Mauro Restiffe e Mariana Viegas (responsável também pela imagem da capa).

O continente literário russo é examinado na nova edição da Granta por lentes multifocais: ficção, literatura de viagem, jornalismo, ensaio de crítica literária e história, e também a necessária voz das escritoras russas contemporâneas. Alguns dos textos reativam o longo e fértil diálogo entre a ficção russa e a literatura em língua portuguesa. Entre ficção e não ficção, ora com humor, ora em tom trágico, e muitas vezes numa mescla tipicamente russa entre os dois registros, a Granta mostra uma Rússia mais profunda que a que costumamos ver retratada no noticiário.

Em sua nona edição, a revista literária volta a circular no Brasil a partir de outubro – mês da Revolução Russa — pela Tinta-da-China Brasil, sob direção editorial de Pedro Mexia (Portugal) e Gustavo Pacheco (Brasil) e direção de imagens de Daniel Blaufuks.

 

FICHA TÉCNICA

Gênero Ensaios literários
Páginas 316 páginas
Formato 14,5 x 21 x 1,5 cm
ISBN 978-65-84835-05-4
Lançamento 10 de outubro de 2022

 

Você também pode assinar a Granta. Clique aqui para saber mais.

R$90,00


A história, na Rússia, poderá ser uma forma de reconciliação ou está condenada ao rancor?
A pergunta foi formulada pelo historiador britânico Orlando Figes antes da eclosão da Guerra da Ucrânia, mas segue pertinente meses após o início do conflito – e talvez seja ainda mais urgente.

A escolha da Rússia como tema da nova edição da Granta em Língua Portuguesa, feita ainda em 2021, também precedeu a invasão da Ucrânia pelo exército de Putin, mas agora se mostra certeira. Os livros, afinal, sempre foram uma porta de entrada para essa sociedade tão fascinante e desafiadora. Que chaves a literatura pode nos fornecer para compreender a Rússia em 2022?

Os editores não enxergam uma identificação entre os atos belicosos de Putin e a história e a força cultural do país. “A Rússia não se confunde com os regimes que tem em cada momento, ainda que as tentações imperiais e despóticas venham de longa data. Mas não vamos cancelar a Rússia, ao jeito dos pobres de espírito que interditam os romancistas, compositores e cineastas russos, ou até, quem sabe, as bonecas russas e a salada russa”, escreve Pedro Mexia em seu texto de apresentação.

O editor brasileiro da revista aposta na literatura contemporânea como chave para conhecer a herança cultural russa. “A melhor representação desse legado, e também a prova de que ele continua ativo e em expansão, são duas das maiores escritoras russas vivas, inexplicavelmente pouco conhecidas pelos leitores lusófonos: Tatiana Tolstaya e Ludmila Ulitskaya. Seja no brilhante ensaio sobre o pintor Kazimir Maliévitch da primeira, seja no antológico conto da segunda, fica claro que a Rússia ainda tem muito a nos dar”, completa Gustavo Pacheco em seu texto introdutório.

Os escritos jogam luz sobre o czarismo, a revolução, o stalinismo, o fim da União Soviética, e também sobre as missões espaciais e as vanguardas artísticas. Múltiplos perfis culturais e geracionais se misturam na seleção de autores: Elif Batuman, Camila Chaves, Hélia Correia, Clara Drummond, Reginaldo Pujol Filho, Masha Gessen, Ana Matoso, Pepetela, José Pacheco Pereira, António Pescada, André Sant’Anna, Colin Thubron e Amor Towles. Os ensaios fotográficos são de Mauro Restiffe e Mariana Viegas (responsável também pela imagem da capa).

O continente literário russo é examinado na nova edição da Granta por lentes multifocais: ficção, literatura de viagem, jornalismo, ensaio de crítica literária e história, e também a necessária voz das escritoras russas contemporâneas. Alguns dos textos reativam o longo e fértil diálogo entre a ficção russa e a literatura em língua portuguesa. Entre ficção e não ficção, ora com humor, ora em tom trágico, e muitas vezes numa mescla tipicamente russa entre os dois registros, a Granta mostra uma Rússia mais profunda que a que costumamos ver retratada no noticiário.

Em sua nona edição, a revista literária volta a circular no Brasil a partir de outubro – mês da Revolução Russa — pela Tinta-da-China Brasil, sob direção editorial de Pedro Mexia (Portugal) e Gustavo Pacheco (Brasil) e direção de imagens de Daniel Blaufuks.

 

FICHA TÉCNICA

Gênero Ensaios literários
Páginas 316 páginas
Formato 14,5 x 21 x 1,5 cm
ISBN 978-65-84835-05-4
Lançamento 10 de outubro de 2022

 

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